Um recomeço

 



 

Em tempos distantes, porém, realísticos, eu atravessei um deserto sem fim. A dificuldade de sobrevivência era enorme, não havia cidades ou vilas por quilômetros e quilômetros. Não havia água, nem flora e nem fauna. Somente sobrevivência.

Pude pisar em um oceano que havia secado e caminhei por terras que anteriormente eram águas profundas. Poucos resistiram, eu era um deles e não tive a compreensão exata do que aquilo significava. Apenas que eu era um sobrevivente e comigo somente um, dentre todos da minha família.

Ainda havia um céu sobre nós onde a poeira não tocava. Um céu que refletia sonhos de uma terra próspera e abundante. De uma maneira tortuosa, aquilo me preenchia com esperança. Como se em outra realidade tudo aquilo fosse realmente possível.

O sentimento que permaneceu foi  que tudo vai mudar e nada, nada mais será da mesma forma, nem o planeta e muito menos a humanidade. O apocalipse tomava os sentidos dos sobreviventes e se expandia pelos quatro cantos da terra. Era de fato o final do físico que conhecíamos, contudo, um novo início, um recomeço para o invisível, para a fé quase inalcançada daqueles que ousaram em acreditar.

 

 

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