Uma
nova amizade surgiu no meu meio social. Um olhar sofrido e distante que buscava
conforto constante na bebida, nas piadas, nas risadas não compreendidas. Essa
amizade foi massacrada pela vida, por suas perdas imensuráveis. Quanta amargura
você carrega em seu coração.
Em
uma agradável confraternização, as horas se passaram ligeiramente. No final,
entre despedidas e abraços, ela tocou a minha mão e uma energia aflitiva me
tomou, a nossa conexão foi o próprio desespero. Nos seus olhos, o medo da
solidão imposta por um destino que ela não escolheu. Quase pude ouvir o pranto
dos seus pensamentos. Somente por meio daquele toque desesperado conheci a
profundidade da escuridão que a cercava.
O
tempo passou, a distância aconteceu, eu não a encontrava mais, contudo, orava
por aquela amizade. Entretanto, a vida se fez tempestade novamente e a dor a
tomou mais uma vez. Tive vontade de confortar, abraçar e proteger, mas não foi
possível. Até que um encontro ocorreu e lá estava ela, mais pálida, menos
risonha, com pouca bebida e sem nenhuma piada. Seu olhar distante buscava
alguma afinidade entre as conversas agradáveis.
Em
um segundo de sorrisos bobos e distrações, um novo toque surgiu: não vá embora!
Novamente, aquele olhar me quebrantou, mas o que eu poderia fazer, além de
oferecer a leveza de uma amizade superficial? Escolhi ficar para suprir um
pouco mais, fiquei para acalmar aquela alma destruída. Mesmo sem maiores
familiaridades, busquei iluminar a nossa nova amizade com um simples sorriso
que dizia: estou aqui por você! O toque permaneceu mais forte e por mais tempo.
Então, a nossa conexão começou a fazer sentido.


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