Diante de decisões, sejam pequenas ou consideráveis, penso demais em todas as possibilidades, temo em escolher com amor, acreditando fielmente que os resultados serão bons frutos, mas também temo que a neutralidade da minha decisão me faça desaparecer no vazio da covardia. Se conheço uma nova pessoa, temo em não demonstrar sinceramente o que sinto. Sinto um medo corrosivo de errar por exagero, de errar por falta de atenção, a verdade é que me apavoro somente por errar. Contudo, raramente considero todos os erros direcionados a mim. Avalio que o cuidado que possuo é, exclusive meu, um medo exacerbado que não é recíproco.
Temo qualquer experiência que envolva convivência, uma amizade, uma oportunidade de emprego ou relacionamento. A balança dos prós e contras me esmaga de maneira devastadora. Se busco a simpatia, temo em demonstrar algo que não deveria, quando a gentileza é o melhor caminho, temo em ser boazinha demais e pouco valorizada. Quando busco a hostilidade e a indiferença para pessoas e situações que mereçam, temo em não ter tido a empatia necessária para compreender os limites de cada um. Percebo também que uma anomalia no caráter humano está ocasionando em pessoas do bem o medo, um pavor de se socializar, um temor de ter que se calar para discursos de ódio e preconceito, diante de possíveis agressões brutais. A defesa cega por ideais, atualmente, pode ser perigosa, um veneno que certamente levará a um tipo de óbito.
Assim, diante das
escolhas e decisões, diante das oportunidades de expor pensamentos e
sentimentos, temo pelo óbito da própria essência, tenho medo de perder o meu
valor diante dos julgamentos alheios e quase sempre infundados em percepções
superficiais do que realmente sou. Com tudo isso, aprendo a cada dia a observar
e a sentir antes de tomar qualquer decisão, antes mesmo de temer algo, dizer ou
me posicionar, pois o meu maior temor é perder a minha paz.
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