Sexta-feira

 



 

Naquela manhã ensolarada, uma família tomou café, juntos, em uma casa de classe média. O marido se despediu da esposa, Joana, e levou o seu filho para a escola, como fazia diariamente durante a semana. Era uma sexta-feira, e Joana trabalhava home office e também cuidava das tarefas domésticas. Contudo, naquela manhã, ela sentiu um desconforto logo ao tirar a mesa do café, uma forte tontura a deixou desequilibrada. Ela sentou-se na mesa e, por alguns segundos, um forte zumbido no ouvido a manteve imóvel e, neste instante, ela ouviu uma respiração ofegante ao seu lado. Assustada, ela se levantou rapidamente e foi tomar um copo de água gelada. Em sua mente, ela cogitava a veracidade do que ela acabara de presenciar. Na cozinha vazia, Joana fez uma prece e, após beber a água, sentiu-se bem melhor e aliviada, mas sua mente permaneceu confusa.

Com o dia repleto de trabalho, ela foi para seu escritório e começou a realizar suas prioridades. Todavia, ela se assustava com qualquer ruído ao seu redor, mas tentou focar nas tarefas e esquecer o que havia ocorrido na cozinha. Após uma hora, Joana ouviu a porta principal se abrindo e pensou que o seu marido havia retornado para casa, por algum motivo especial. Ela desceu as escadas chamando por ele, mas ao chegar na sala, tudo estava fechado e não havia ninguém. Joana se sentou no sofá apavorada, questionando a sua sanidade mental. Novamente ela se apegou a Deus, porém, o seu coração estava aflito e o temor a tomou. Ela respirou fundo e voltou para o seu escritório para finalizar o que havia começado. No entanto, a sua atenção permaneceu ao seu redor, em busca de qualquer situação sobrenatural.

O silêncio retornou e ela se distraiu com o trabalho, até que foi surpresa com a queda de um porta-retratos, que ficava na estante acima dela, o objeto caiu bem em sua cabeça, ela pulou da cadeira com a mão no peito. — Meu Deus! O que foi isso? Joana exclamou atemorizada, compreendendo haver algo forte e sobrenatural a perturbando. Ela respirou fundo para se acalmar e pensou em como deveria se portar diante de algo tão surpreendente. Estremecendo, ela apanhou o retrato do chão e o pôs novamente na estante, contudo, ao fazer isso, o retrato foi derrubado diante de seus olhos. Ela ficou paralisada, o medo travou a sua respiração, a tontura retornou e Joana apenas correu para o lado de fora da sua própria casa aos prantos em uma manhã de sol de uma sexta-feira.




Nenhum comentário