Será que o tempo cura?
Se observarmos com atenção, a cura que o tempo proporciona é lenta e permanente. Muitos diriam que não se trata de cura, mas da própria evolução. Certamente, os sentimentos são colocados à prova, seja em um instante de tristeza ou decepção, e, na ira do momento, o tempo é bem lento para tirar essa tribulação.
Entretanto, ele vem sorrateiro e calmo, preenche a fúria com dúvidas e possibilidades sobre a confusa situação. A cura chega quando resolvemos deixar para trás o que nos faz mal, ela só ocorre quando recai sobre nós uma real decisão, assim as dores diminuem, as lágrimas cessam, pois, diante dos próprios olhos, sobrevém a mudança conquistada com a determinação.
Compreender que os erros também são nossos, isso cria uma ponte entre a cura e o tempo. Justamente neste período de mudança que o tempo resolve nos dar uma lição. Ele nos mostra cruelmente que não somos donos de nenhuma razão e que, se quisermos a cura, temos que lutar por ela, com as próprias mãos.
O tempo nos abre a visão de um jeito único, onde a primeira coisa que enxergamos são as nossas vontades e egoísmos, é quando sentimos um choque entre a realidade que imaginamos e as suas reais versões. Nesse instante de possíveis vítimas, passamos a nos ver como possíveis vilões.
Devemos nos amar primeiramente, oferecer uma chance para a própria compreensão, onde encontraremos os motivos reais para não nos entregarmos à frustração.
O que importa é a verdadeira percepção do que somos e fomos e do que escolhemos ser. O tempo traz a escolha entre a realidade e a ilusão, cabe a cada um analisar com amor e gratidão, para atrair a cura com maior exatidão, no tempo certo para a adequada evolução.
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