O olhar da menina estava distante, sempre direcionado ao céu ou para o mar, muitos comentavam sobre o seu comportamento frio e distraído. A sua família buscava agradá-la de todas as formas possíveis com presentes, passeios, roupas, etc., contudo, nada mudava o contexto vivido naquele lar. Os pais ficaram preocupados e cogitaram a possibilidade de uma terapia para ela, aflitos, eles buscavam o diálogo com a filha, dia após dia, porém, poucas palavras eram ditas e, com isso, uma sensação de impotência crescia em seus corações. A menina compreendia a preocupação dos pais, no entanto, a sua atenção não estava em responder às dúvidas deles, mas sim aos seus próprios questionamentos.
Com determinação para se encontrar, a menina mergulhava em seu vasto interior, uma imensidão de sentimentos, dúvidas e traumas que precisavam de atenção, amor e acolhimento. Ao se deparar com questionamentos inapropriados, pensamentos indevidos e sensações de não pertencimento, conforme a sua frágil maturidade ela buscava alterar o seu modo de sobrevivência, para o modo de compreensão e mudanças. De forma gradual, o conforto a tomava e suas respostas surgiam naturalmente dentro do seu conceito do que era ser humano.
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